Leitores online mais atentos

O Poynter Institute, uma importante escola de jornalismo da Flórida, realizou uma pesquisa com 600 voluntários e acompanhou o movimento dos olhos dessas pessoas durante leituras de jornais impressos e de meios online. Observou-se que, em média, no meio online, as pessoas lêem 77% dos textos escolhidos. Na imprensa tradicional esse percentual é de 62% no formato tradicional e 57% no formato tablóide.

Outras informações podem ser lidas no site do Instituto.
Há também um vídeo, que fala dos resultados da pesquisa, que pode ser visto aqui.

Futuro do jornalismo face aos novos media

the-future-of-news.jpgOliver Reichenstein, director executivo de uma agência de design estratégico japonesa, acaba de publicar na web The Future of News – how to survive the new media shift.

A chamada “análise SWOT” (acrónimo de strenghts, weaknesses, oportunities and threats) poderiaser aplicada à análise dos media tradicionais ou da Imprensa, por exemplo isso já foi certamente feito. Reichenstein dá como adquiridas as primeiras duas dimensões e, no trabalho referido, centra-se nas duas últimas.

Como ponto de partida uma ideia que vai fazendo o seu caminho: “News organisations cannot continue to ignore the global shift from institutionally controlled media to user controlled media. They have to redefine their
processes and face the obvious question: Do we still need old media for news?”.

Baixa a audiência da Imprensa Regional

A Imprensa Regional sofreu em 2006 uma quebra de audiência de mais de seis pontos percentuais relativamente ao ano anterior, de acordo com dados da edição de 2006 do Bareme Imprensa Regional, da Marktest.

A repartição da audiência é, contudo, bastante desigual no território do Continente (a empresa de audimetria não cobre as regiões autónomas). De facto, os distritos de Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Aveiro, Braga e Leiria alcançam audiências significativamente superiores à média do país, ao contrário dos de Lisboa e Porto, que apresentam os números mais baixos. Ainda assim, o distrito do Porto lidera em número de jornais publicados.

Investigação sobre “jornalismo dos cidadãos”

O jornal norte-coreano OhmyNews acaba de lançar uma investigação jornalística sobre o fenómeno do “jornalismo independente feito por cidadãos” no plano internacional, propondo-se igualmente constituir a breve prazo uma rede de experiências à escala global. A investigação, a fazer com o contributo da rede de repórteres internacionais daquela publicação, terá também seguimento num centro de recursos a criar para apoio ao jornalismo “colaborativo e open source”.

Sinais de mudança

“Online advertising spending in Britain overtook national newspapers for the first time in 2006, according to figures released today. Online spending grew by more than 41 per cent in 2006 to just over £2 billion, according to figures released by the Internet Advertising Bureau. (…)”.

in Online Press Gazette.

Bill Kovach dixit

Bill Kovach esteve esta manhã na Universidade do Minho, no âmbito das X Jornadas do GACSUM.
Aqui ficam alguns excertos da sua conferência (que, por iniciativa própria, se transformou numa conversa com a plateia):

Democracy and the Press were born together and will live or die together.

The question we must constantly ask ourselves: what is it that separates journalism from other forms of communication and why should the public give a damn whether journalism survives or not?

The Internet must bring about a new kind of journalism in form but not in content. Verification, selection of information to fit the publics needs, the absolute allegiance to the truth, independence of every known power – this is what what makes journalism worth to the community.

The information flow is so enormous. There is no real way of recognising what is the best approximation of the truth. Wikipedia is the ultimate example. We have knowledge, but we have problems with verification.
Our answer would be that as long as you develop your information by an objective process (don’t get hang up on objectivity as a personal characteristic) and consistently present it in the most transparent form possible journalism will remain relevant.

You have to believe in what you are doing. It takes a commitment. If you go into journalism because you want to get rich forget about it. Satisfaction has to come from the job (the service) you are doing to others.
I really believe that the internet offers hope to smaller organisations to do their work. The potential for Portuguese media – if the spread of the language and culture is considered – is very significant.

Stereotyping is one of the most damaging and destructive things we do. It is the thing that brought me into journalism. One of the first stories I got up involved in was related to the beginning of the civil rights movements. It made me think about what I believed in and what I though of other human beings. The ability to cover that story, the ability to get beyond the surface of what most people saw was what brought me to journalism.

The new technology allows for the existence of a new relationship – so lets find out about this together. Yes, there is no other way. We need to know our audiences much better; what their interests are but also what specific knowledge they have; what they know that is special.

My definition of journalism has changed enormously over the years. But I was fortunate enough to have great mentors. I learned a lot about journalism with the people I have interviewed – I learned form the people who used journalism to assert their rights, to have a voice.
I always saw journalism as ‘theirs’ and not ‘mine’. And that was always what got me in trouble with the ‘business’.
When I first became an editor I began to see a more complex side of the equation – we have to work out an accommodation between the public responsibility of the job and economic survival.
But the business side of journalism can only exist if journalism maintains what makes it distinctive – quality.
Good public interest journalism is economically better for the company than celebrity, murder, scandal reporting.

Obrigado ao Victor Ferreira pela foto de Bill Kovach.
No seu Prometeu podem encontrar-se fotos do primeiro dia das jornadas.

Jornadas na UM acolhem Bill Kovach

Com o tema genérico “Novos Media – uma Babel às costas” começam amanhã, dia 27, as X Jornadas do GACSUM (Grupo de Alunos de Comunicação Social da Universidade do Minho).
Este ano, como já foi referido anteriormente, as jornadas vão acolher – na quarta-feira, dia 28, às 11h30 – uma conferência (em colaboração com o Clube de Jornalistas) de Bill Kovach, co-autor do livro “Os elementos do Jornalismo”.
Na apresentação que Joaquim Fidalgo fará do conferencista não faltará, por certo, a referência aos (9) “elementos do jornalismo” – aqueles que Kovach considera os ingredientes essenciais para o correcto e adequado exercício da actividade nos tempos de hoje:
1. A primeira obrigação do jornalismo é para com a verdade.
2. O jornalismo deve manter-se leal, acima de tudo, aos cidadãos.
3. A sua essência assenta numa disciplina de verificação.
4. Aqueles que o exercem devem manter a sua independência em relação às pessoas que cobrem.
5. Deve servir como um controlo independente do poder.
6. Deve servir de fórum para a crítica e compromisso públicos.
7. Deve lutar para tornar relevante e interessante aquilo que é significativo.
8. Deve garantir notícias abrangentes e proporcionadas.
9. Aqueles que o exercem devem ser livres de seguir a sua própria consciência.

O programa detalhado das sessões está aqui (todas elas acontecem no anfiteatro do edifício EII, junto ao Instituto de Ciências Sociais).

“Jornadas do Quinto Poder” em França

5emepouvoirPremières journées du 5e pouvoir“. Assim se intitula a jornada que hoje decorre nos arredores de Paris, por iniciativa do site jornalístico de cidadãos Agoravox. Preparado ao longo dos últimos meses de forma participada, o evento centra-se na reflexão sobre o papel do “jornalismo de cidadãos” e na sua relação com os media tradicionais. Mas, acima de tudo, pretende fazer um balanço de ano e meio de existência.

Agoravox reivindica cerca de dez mil redactores e o site passou já a ter uma versão em inglês e, mais recentemente, uma versão em vídeo. Ainda assim, a esmagadora maioria dos contributos publicados é constituída por análises e comentários dos assuntos tratados pelos grande media.

Entre os temas do programa dos trabalhos de hoje destacam-se os pontos seguintes:

  • Journalisme citoyen et 5e pouvoir, enjeux et perspectives
  • Blogs et médias citoyens : alternatives efficaces contre la censure ?
  • Web2.0 : la technologie favorise t-elle réellement la prise de pouvoir du citoyen?
  • Micro-pouvoirs : les blogs au service d’une résistance locale ?
  • Interactions entre médias traditionnels et médias citoyens
  • Présidentielles 2007 : l’irruption des internautes dans la campagne

Prioridades da Igreja no campo dos media

O Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais definiu recentemente a formação como uma das grandes prioridades da acção da Igreja Católica no campo dos media. Numa mensagem enviada à Comissão para os Meios de Comunicação dos Bispos da Europa, que se realiza até amanhã no Santuário de Notre-Dame de Laus, Gap (França), citada pela agência Zenit, o Conselho define as prioridades em pontos como:

  • “Formação na comunicação e meios de comunicação, e treinamento para seminários, professores, seminaristas, clero, religiosos e leigos;
  • Educação nos meios de comunicação para todas as idades em todas as escolas;
  • Melhorar a presença na Internet (educação à distância, imprensa virtual, blogs, vídeo, livre acesso);
  • Estudar e utilizar melhor as linguagens dos meios de comunicação, em contínua evolução, com uma sensibilidade particular pelas culturas locais (inculturação);
  • Promoção das rádios locais”.

Valerá sempre a pena?

Foi uma entrevista bem conduzida?

Foi interessante como produto televisivo de Serviço Público?

Judite de Sousa ouviu Valentim Loureiro chamar-lhe, em directo, ‘primeira dama da linha’  – foi por isso que sentiu necessidade de deixar uma original mensagem final sobre a honorabilidade de quem trabalha na RTP?

Valeu a pena?

“Discourse & Communication”: nova revista

Acaba de sair na Sage, sob a direcção de Teun van Dijk, uma nova revista, intitulada “Discourse & Communication. A editora mantém aberto (mediante registo) o acesso ao conteúdo integral deste número inaugural que se propõe pôr em diálogo os estudos da comunicação e os estudos do discurso, os quais, segundo o director, cresceram exponencialmente, nas últimas décadas, mas, em grande medida, independentes entre si.

“The time has come – observa van Dijk no editorial – to construct an official bridge after the many individual contacts, mostly of communication scholars interested in discourse analysis. The new journal Discourse & Communication will function as such an institutional bridge between these two disciplines, which each are represented in many other fields in the humanities and the social sciences but hardly have mutual contact”.

Dando o exemplo da análise de imprensa, o director precisa:

“For instance, news reports or editorials in the press not only need analysis of argumentation, rhetoric or a semantic analysis of event and action description – among many other approaches – but also a study of their institutional production, news gathering, the cooperation of various journalists and their sources, editorial meetings, and many other aspects of their contexts so far largely ignored in much discourse analysis.”

Neste primeiro número, destaco dois textos:

– Sonia Livingstone, Peter Lunt, and Laura Miller, Citizens, consumers and the citizen-consumer: articulating the citizen interest in media and communications regulation;

– Theo Van Leeuwen, Legitimation in discourse and communication.

“Novos Media – uma Babel às costas”

Sob o tema genérico “Novos Media – uma Babel às costas” abrem daqui a uma semana (dia 27 de Março) as X Jornadas do GACSUM (Grupo de Alunos de Comunicação Social da UM).
Este ano, para além de reunirem um lote de convidados de reconhecido mérito e competência nas suas áreas específicas, as jornadas vão também incluír uma conferência (em colaboração com o Clube de Jornalistas) de Bill Kovach, co-autor do livro “Os elementos do Jornalismo”.
Programa detalhado:

Dia 27 de Março (terça-feira)

9h00 – Sessão de Abertura
Moisés Martins, Felisbela Lopes, Hugo Torres

10h30 – Reputações virtuais?
Júlia Costa, Jorge Sousa, Paulo Brandão, Vasco Ribeiro.
Moderadora: Helena Sousa.

14h00 – Futuro sem intermediários?
José Alberto Carvalho, Pedro Leal, António Granado, Paulo Ferreira.
Moderador: Manuel Pinto.

17h30 – Lançamento dos livros ‘Comunicação e Lusofonia – Para uma Abordagem Crítica da Cultura e dos Media’ , coordenado por Moisés Martins, Helena Sousa e Rosa Cabecinhas e ‘Marcas e Identidades’, de Teresa Ruão. Apresentação: Moisés Martins.

Dia 28 de Março (quarta-feira)

9h30 – Imagem dispensa palavra?, dia 28
Teresa Cruz, Luís Carmelo, Anabela Gradim.
Moderador: Moisés Martins.

11h30 – Conferência de Bill Kovach*
Apresentador: Joaquim Fidalgo
* em colaboração com o Clube dos Jornalistas

14h30 – Consumidor criador?
Pedro Pacheco, Maria João Vasconcelos, Augusto Fraga.
Moderadora: Sara Balonas

16h30 – Vídeo assalta película?
Augusto Fraga, Rodrigo Areias, Vânia Gonçalves, João Rei Lima.
Moderador: Branco da Cunha.

Nota: Todas as sessões vão ter lugar no anfiteatro do edifício EII, junto ao Instituto de Ciências Sociais.

Garcia Márquez: “Mande os editores à m….!”

Esta é uma entrevista a Gabriel García Márquez e, ao mesmo tempo, uma reportagem sobre essa mesma entrevista, feita em Nova Iorque pelo jornalista Boris Muñoz. Foi publicada há quase dez anos, no diário argentino “Página/12” e o portal Sala de Prensa acaba de a republicar na sua edição deste mês. A leitura continua a valer a pena.
Algumas respostas do jornalista-escritor:

“Para qué me quiere hacer una entrevista? En Latinoamérica hay una magnificación viciosa de la entrevista. Creen que todo el periodismo se reduce a la entrevista. No entienden que la “entrevista tiene sentido sólo cuando el entrevistado tiene algo que decir. Y yo no tengo nada que decir. Es mejor que no pierda su tiempo conmigo –dijo buscando con la vista la enorme limusina plateada que lo transportaba a lo largo y ancho de la Gran Manzana.”Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

“Yo nunca en mi vida he escrito una entrevista. Puede buscar en todo lo que he escrito y, si encuentra una entrevista mía, tráigamela que se la compro. Cuando trabajaba como reportero me iba a los lugares, observaba muy bien a su gente, tomaba algunas notas en una libreta y al volver escribía todo, recreando la situación de memoria. “

“Cada día nos olvidamos más de la ética. Las escuelas de periodismo enseñan todo lo que tiene que ver con el periodismo, menos el oficio. El reportaje, que es el género que amo, ha sido degenerado a la entrevista. El reportaje es la reconstrucción de un hecho tal y como sucedió en todos sus detalles. Y eso es cada vez menos frecuente en el periodismo: cada vez hay menos reportajes y reporteros en Latinoamérica.”

“Los periódicos han priorizado el equipamiento material e industrial, pero han invertido muy poco en la formación de los periodistas. La calidad de la noticia se ha perdido por culpa de la competencia, la rapidez y la magnificación de la primicia. A veces se olvida que la mejor noticia no es la que se da primero, sino la que se da mejor.”

O texto completo: aqui.

Radiografia do jornalismo digital na América Latina

 A propósito da Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, que decorre até segunda-feira em Cartagena das Índias, Colômbia, o diário El Tiempo,editado na capital deste pais, traça uma ponorámica interessante do ciberjornalismo no sub-continente latino-americano:

Eltiempo.com revela radiografía del periodismo digital y los periódicos web en Latinoamérica
“(…) Sin mencionar la palabra convergencia, y siguiendo una tendencia mundial, la mayoría de los más importantes periódicos de América Latina piensa fusionar en el futuro sus redacciones de Internet y de papel. Esta estrategia les permitiría expandir su operación online, que sigue siendo extremadamente dependiente de los contenidos de la edición impresa (producidos una vez cada 24 horas), y de pequeños equipos de periodistas en la operación, cuyo énfasis no es la generación de productos originales ni la reportería (…)”.

5º SOPCOM – “Comunicação e Cidadania”

Comunicação e Cidadania” é a temática escolhida para o V Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) que se realiza 6 a 8 de Setembro próximo na Universidade do Minho (UM), em Braga.
Nesses dias, serão discutidas temáticas de campos diversos como os da internet, jornalismo, publicidade, relações públicas ou educação para os media.

O período normal de inscrições já está aberto e decorre até 30 de Junho, através do site: www.5sopcom.uminho.pt.
O congresso reunirá centenas de académicos, investigadores, formadores e profissionais do campo da comunicação.
Muitos dos investigadores são oriundos de (ou mantêm ainda as ligações a) empresas do campo da comunicação e dos media.

A organização deste evento pertence à SOPCOM e, localmente, ao Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da UM.