Os media (sobretudo os privados) às vezes queixam-se pelo facto de a lei portuguesa os obrigar a disponibilizar ‘tempo de antena’ em períodos de campanha eleitoral. É certo que a lei os obriga, mas também é certo que eles são pagos por isso. Recentemente, o “Diário da República” publicou os montantes que foram atribuídos às estações de televisão e de rádio a título de “compensação pela emissão de tempos de antena” na última campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. E os montantes não são nada de deitar fora, com a TVI a chegar quase ao milhão de euros:
– TVI: 965.331,00 euros
– SIC: 676.841,00 euros
– RTP: 509.018,00 euros.
Quanto às rádios de âmbito nacional, foram estes os valores atribuídos:
– Rádio Renascença (RR): 333.872,00 euros
– Rádio Comercial (RC): 147.227,00 euros
– Radiodifusão Portuguesa (RDP): 118.090,00 euros
Houve ainda compensações para várias rádios de âmbito regional, como a TSF e a RRL/RCP (ambas com 37.449,30 euros), e a Rádio Altitude, a Clube Asas do Atlântico, a Rádio Clube de Angra e o Posto Emissor de Radiodifusão do Funchal (com 9.586,80 euros cada uma).
Com a crise que por aí vai em termos de receitas publicitárias, e com mais duas campanhas eleitorais no presente ano, os media audiovisuais vão ter neste tipo de compensações uma ajuda nada desinteressante… Só é pena que os jornais (actualmente o ‘elo mais fraco’ do nosso panorama mediático) não tenham direito também a qualquer apoio, eles que dedicam páginas e páginas aos debates eleitorais – e que não se importariam nada de ceder algum espaço a tempos de antena!
(Confirmação dos dados do “Diário da República” aqui e aqui).