LusoSofia: a luz a partir dos montes Hermínios

Sob o lema “Ex Herminiis invitatio ad lucem”, acaba de nascer na Covilhã o LusoSofia, um portal dedicado aos textos de filosofia. Coordenado pelos investigadores Artur Morão, José M. Silva Rosa e António Fidalgo, esta nova iniciativa da Universidade da Beira Interior vai proporcionar textos de referência com evidente utilidade para o âmbito das Ciências da Comunicação. Dos muitos textos já disponíveis (e de muitos mais que se anunciam) destaco estes dois:

RTP sem publicidade, Menezes dixit

A proposta feita por Luís Filipe Menezes de acabar com a publicidade na RTP foi considerada “errática” e “avulsa” e deparou com a crítica de praticamente toda a gente que sobre o assunto se pronunciou.  Entendo que o assunto merece ser discutido e não é razoável blindar o debate em torno da RTP e do seu modelo de financiamento, com o argumento de que foi subscrito há uns anos um contrato que encerra o assunto até quase ao final da próxima década. Aí concordo com José Manuel Fernandes quando faz notar (cf editorial do Público de hoje) que o panorama do audiovisual se vai alterar substancialmente nos próximos anos, com a entrada em cena da televisão digital terrestre e de mais um operador generalista.

Mas, dito isto, é preciso sublinhar o seguinte:

1. Aquilo que é errático não é apenas a posição do actual líder dos sociais-democratas, é a posição do próprio PSD que, nos últimos dez anos, defendeu (intermitentemente) a privatização da RTP, a privatizaçção de um dos canais públicos; a alienação de um dos canais à sociedade civil; e, agora, a estatização do operador público, subjugado pelo orçamento do Estado.

2.  É grave e preocupante que um dossier delicado como é este da RTP seja utilizado como matéria do jogo político, com o risco de a solução agora preconizada para o serviço público poder vir a comportar um agravamento substancial das contribuição dos cidadãos. Uma tal proposta significa, por outro lado, o enveredar por um caminho de ruptura com uma solução considerada equilibrada e bem sucedida, empreendida por um governo do próprio PSD. Deste ponto de vista a proposta é um verdadeiro tiro no pé.

3. Finalmente é de mau agoiro que o líder do maior partido da oposição coloque um tema (e uma medida de política) desta magnitude na agenda pública sem aparentemente estar escorado em estudos rigorosos, que assegurem que o cenário de uma RTP financiada apenas pelo orçamento do Estado é mais vantajoso (não apenas do ponto de vista económico-financeiro) do que o modelo que temos actualmente.

Jornalistas bloggers no espaço ibero-americano

Das várias centenas de jornalistas ibero-americanos – incluindo portugueses – que têm um blogue, inquiridos no âmbito de um estudo de Bella Palomo, realizado na Universidade de Málaga, 89 por cento defendem o chamado ‘jornalismo dos cidadãos’. O resultado consta de um estudo publicado pela revista académica Dialogos de La Comunicacion, editada pela FELAFACS – Federação Latinoamericana de Faculdades de Comunicação Social, sob o título Periodistas iberoamericanos con voz en la blogosfera.

Os jornalistas-bloggers são em geral jovens (75 por cento têm menos de 40 anos) do sexo masculino (cerca de70 por cento) e, na esmagadora maioria dos casos (91 por cento), fizeram cursos de jornalismo. À volta de metade acumulam o jornalismo com outras ocupações, nomeadamente com o ensino universitário, e estão ligados predominantemente à imprensa.

Outros dados do estudo:
• Para 48 por cento, o respectivo blogue é mais um trabalho jornalístico;
• Tres em cada quatro inquiridos consideram que com o blogue practicam jornalismo de opinião;
• Para 37 por cento, manter o blogue constitui uma forma de entretenimento;
• 61,9 por cento crê que o maior logro do seu blog foi interagir com a audiência;
• 57,1 por cento pratica um estilo de redacção mais livre no blogue.

Recomenda-se a consulta deste número de Dialogos de la Comunicacion em que o estudo referenciado está publicado, todo ele dedicado a investigações sobre a blogosfera.

A Zon Multimédia e a TV digital

Após o lançamento oficial dos concursos para a Televisão Digital Terrestre (TDT), pairam algumas dúvidas em relação à participação da Zon Multimédia (que detém a TV Cabo), no concurso referente aos canais pagos, que abrange, inclusive, os canais regionais.

O Regulamento diz que “os direitos de utilização de frequências e a licença de operador de distribuição, no âmbito do presente concurso, não podem ser atribuídos a entidade que detenha no mercado de televisão por subscrição uma quota de mercado igual ou superior a 50%”

 

Mas o administrador da ANACOM, Eduardo Cardadeiro, declarou que a Zon Multimédia, mesmo tendo o domínio de mercado, não está impedida de concorrer, caso faça parte de um consórcio, desde que seja de forma minoritária.

 

Além disso, o projecto inicial era que a interdição da participação na TDT paga, das empresas com mais de 50% do mercado, vigoraria pelo mesmo período das licenças que serão concedidas, ou seja, 15 anos. No entanto, no Regulamento que foi publicado, esse período foi reduzido para oito anos.

 

Portanto, o que hoje pode ser uma oportunidade de democratizar o serviço de TV por subscrição em Portugal, corre o risco de, no futuro, ser um facilitador para a manutenção do actual domínio do sector.

20 anos de TSF

A TSF assinala amanhã a passagem de 20 anos sobre a data da sua entrada em funcionamento como rádio legal. Foram duas décadas de altos e baixo mas a rádio que nos prometia ‘ir ao fim da rua e ao fim do mundo’ mudou de forma radical o jornalismo português e o entendimento que dele fazia a sociedade.
Com a TSF (e, numa outra dimensão, com o Independente) o jornalismo nacional foi abanado em finais da década de 80, nos seus ritmos, na postura perante os actores sociais, na sua presença junto das pessoas e das suas causas. A promessa da rádio que foi para a rua, da rádio que – depois do advento da TV – precisou de se reinventar com base na proximidade só começou a cumprir-se em Portugal, de facto, com a explosão das rádios piratas, caldo em que fervilhava já a TSF.
O ‘estilo TSF’ – e isso talvez funcione em desfavor da estação neste momento da sua vida – disseminou-se de tal forma (passando para outras rádios – a Antena 1 é, neste momento, claramente um exemplo – para a televisão e mesmo para as agendas dos jornais) que é quase impossível já distingui-lo. Foram os primeiros tsf’s que o criaram mas popularizou-se e é hoje de todos; à falta de melhor imagem, é uma espécie de software livre do jornalismo nacional.
Esse mérito é deles, dos tsf’s originais e dos tsf’s que, ao longo de duas décadas, deram muito do seu génio e empenho a uma casa que é uma causa – a Rádio.
Muito haveria, talvez, para dizer sobre o que correu mal, o errado, o menos prestigiante…mas só se molha quem anda à chuva e é esse andar à chuva que agora se assinala.
Alguém o faz, tentando, todos os dias, há 20 anos.

“já corremos de mãos dadas
a mais secreta noite do mundo
já subimos ao alto da montanha
sabemos todos os nomes do medo e da alegria
em ti me transcendo
podia morrer nos teus olhos
se nestes dias de cigarras doidas
perderes de vista o meu coração vagabundo
dá-me um sinal
abraçar-nos-emos de novo
antes dos rigorosos frios
de novo o grande sobressalto
o formidável estremecimento dos instantes felizes
podia morrer nos teus olhos amada rádio”

Fernando Alves

Como defender as marcas dos blogs

Exactamente.
Exactamente assim.
Este é o destaque da revista especializada Meios&Publicidade, onde se afirma o seguinte:

As marcas estão agora mais expostas a ataques provenientes de blogues. Explicamos, num tema destacado na capa desta semana do M&P, que através de uma boa gestão, as marcas poderão tirar dividendos.

Como diz Paulo Querido o facto de alguém ter concebido um tema com este enfoque pensando, naturalmente, que ele agradaria aos seu grupo seleccionado de leitores sinaliza, de forma veemente, duas realidadas (ambas preocupantes):

1. Empresas (e empresários) haverá que entendem os seus potenciais clientes como ‘atacantes’, necessitando, portanto, de (novas) práticas de ‘boa gestão’ para voltar a poder ‘tirar dividendos’;

2. (alguns) Especialistas da comunicação estratégica continuam a pensar nos blogs como uma espécie de ‘episódio momentâneo de interferência’, coisa perturbadora, mas que se resolve…

O que é Jornalismo? Responde Carlos Chaparro


O luso-descendente Carlos Chaparro, professor da Universidade de São Paulo, acaba de introduzir uma inovação valiosa no seu blogue O Xis da Questão, propondo aulas semanais de jornalismo. São pequenos vídeos (já estão dois disponibilizados), nos quais reflecte sobre questões e práticas do campo jornalístico. E começa por aquilo que é aparentemente óbvio, mas que, por isso mesmo, carece de mais interrogação.

O jornalismo nota Chaparroele tem a ver com a vida. Porquê? Porque aquilo que é notícia só é notícia porque tem algum potencial de transformar a realidade. Então o jornalismo não lida com o efémero, o jornalismo lida com a transformação“.

“Em menos de 20 anos”

“(…) em menos de 20 anos, esta coisa de fazer jornais (de os fazer tecnicamente, entenda-se) parece ter evoluído mais, e mais profundamente, do que nos 500 anos precedentes. Ou seja, desde os tempos (à volta de 1450) em que Gutenberg inventou os caracteres móveis e a prensa tipográfica, com isso abrindo caminho às modernas tecnologias de composiçlão e impressão (…)”

Joaquim Fidalgo, Qual é o nosso papel?…, in ComUM, nº 1, 25.02.2008

Ainda o enigma de uma notícia do Público

O site do provedor do leitor do Público inseriu hoje um extenso Esclarecimento do director de comunicação do GES sobre a última crónica do provedor , relativo à crónica publicada no domingo por Joaquim Vieira.
A Direcção do Público é que continua sem esclarecer o que quer que seja, para além das explicações dadas na própria coluna do provedor pelo editor do Publico.pt..

ComUM: do digital para o impresso

ComUM n.1

Hoje foi um dia importante para os estudantes de Ciências da Comunicação (licenciatura e mestrado) da Universidade do Minho. Puseram cá fora o nº 1 do ComUM, um jornal impresso de distribuição gratuita, dirigido por Rui Passos Rocha, pago com publicidade angariada por membros de uma vasta equipa que, como é sabido, alimenta também um projecto digital, o ComUM online.
Há duas matérias que fazem os principais títulos de capa e que poderão dar que falar: um departamento da UM acusado por um docente de o ter forçado a silenciar um blogue humorístico e, por outro lado, uma reportagem junto de universitárias que se prostituem para atenuar dificuldades financeiras.

Enigma que o Público deve desfazer

A coluna de Joaquim Vieira, provedor do leitor do Público, sobre a notícia relacionada com o Grupo Espírito Santo (GES), retirada do site do Jornal em 18 de Janeiro, deixa uma sensação de incomodidade que os responsáveis do jornal deveriam dissipar com urgência.

Os factos, antes de mais:

– no Público on-line de 18 de Janeiro surge uma notícia em que se referia que a família Espírito Santo era uma das afectadas por expropriações de terrenos na zona do futuro aeroporto de Alcochete. A notícia é desmentida em comunicado do GES assinado por um ex-jornalista do Público (o que, para o caso, pode não ser relevante).

– A notícia desaparece do site no mesmo dia em que foi colocada.

– Em resposta ao pedido de esclarecimentos do provedor, chegada na semana passada, o editor do Público.pt esclarece que a notícia foi “despublicada” por um jornalista, contrariando as normas da Redacção. Informa que, mal a situação foi conhecida, a referida notícia foi recolocada online na página de economia, em http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1320588

– O provedor não conseguiu aceder à notícia, encontrando, em seu lugar, uma página em branco; alertado, o editor não conseguiu explicar este segundo desparecimento e só ontem, sábado, ao princípio da tarde, ela foi finalmente colocada;

– Como se isto não bastasse, hoje, durante todo o dia, uma vez o assunto tornado público pelo provedor, a notícia voltou a desaparecer – é de novo a tal página em branco que, desde a manhã se pode encontrar no site do jornal(*).

Não está aqui em causa a explicação e o papel do editor do Publico.pt, por quem tenho admiração e estima e que dá as explicações que são as que pode e deve dar. Está em causa uma suspeita que fica a pairar sobre o jornal e que não pode permanecer.

Ficam demasiadas perguntas por responder e por clarificar. Quem retirou a notícia? Porque o fez? Por iniciativa própria ou a mando de alguém? Como explicar que, uma vez recolocada online, a notícia tenha desaparecido? Como explicar que se tenham passado vários dias e a situação não tenha sido clarificada? Como explicar que, vindo o assunto a público, o jornal tenha mantido inacessível a notícia, depois de a ter libertado?

Dada a matéria em questão, não é saudável que as dúvidas permaneçam. E desse ponto de vista, a recomendação que o provedor emite é demasiado fraca. Entende que “seria aconselhável que o jornal fornecesse uma explicação aos leitores do PUBLICO.PT, site que deve estar sujeito a rigorosos padrões de intervenção em matéria já publicada, sob supervisão da respectiva hierarquia” . Seria aconselhável?. Parece ser imperioso e urgente que o faça. E com as coisas no pé a que chegaram – “um enigma por desfazer”, como diz Joaquim Vieira – não o pode fazer apenas aos leitores do site, mas a todos os seus leitores.


(*) Actualização (22.35) : às 22.30, a notícia passou a estar acessível; pelo menos, até às 22 horas tal não era possível. Mas, já agora, cabe perguntar: se houve um desmentido vindo do GES e se esse desmentido é relevante do ponto de vista noticioso, não deverá ser igualmente disponibilizado?

Espiral do silêncio

spiralNum colóquio que na semana finda aconteceu em Lisboa, o jornalista da Lusa José António Santos revelou dados que fazem pensar. Analisando a informação veiculada entre Maio e Dezembro do ano passado por aquela agência, concluiu que apenas 0,9% incidiu sobre assuntos e eventos do campo religioso, sendo este um dos assuntos menos abordado no conjunto de notícias difundido. A comparação não é muito relevante, mas a política representou, naquele período, 27% e a economia 17%.

Sabendo-se do significado e da expressão que o facto religioso continua a ter na sociedade portuguesa e no mundo, é revelador que a nossa principal agência represente a realidade de tal forma que o domínio em questão não tenha sequer um por cento de notícias.

O facto de a Lusa não noticiar mais os assuntos de religião influencia, certamente (ainda que não determine), o índice de tratamento dado pelo conjunto dos media. Uma das provas de que o assunto tem alguma relevância pode ver-se no facto de os nossos dois diários de referência terem colunistas especializados que, semanalmente, reflectem esta matéria.

No entanto, seria erróneo deslocar apenas para os media (e, no caso, para a agência Lusa) a responsabilidade por esta situação relativa a um sector relevante da realidade sócio-cultural. As instituições religiosas têm nesta matéria uma responsabilidade evidente. Quem quer ser notícia tem de se fazer (motivo de) notícia. E isso exige, nos tempos que correm, profisisonalismo e iniciativa.

Uma coisa é certa: recorrendo à teoria da “espiral do silêncio“, proposta por Elisabeth Noelle-Neumann, poder-se-ia concluir que quanto menos se trata a religião, menos relevante ela se torna (ou é percepcionada como tal). E quanto menos relevante, menos merece ser tratada.

A “peste negra”

“O pessimismo nacional é de facto arrasador, contamina tudo e todos, esmaga a esperança e tritura qualquer coisa que tenha contornos de ser reanimador. Este pessimismo assume mesmo contornos de epidemia. Nos dias que correm, com excepção de Sócrates, não aparece ninguém para ‘animar a malta’. É tudo uma desgraça. Na boca dos políticos, dos jornalistas, dos especialistas, dos ‘opinion makers’, dos observadores. Na sociedade portuguesa não parece haver alguém disposto a falar a sério, isto é, a separar as coisas boas que se faz no País das coisas más, a reconhecer, por exemplo, que o Governo tomou uma, só uma, medida acertada sobre o quer que seja. Não há pessoas sérias, não há governantes bons, não há gestores capazes. É tudo mau. A Educação é má, a Saúde é péssima, as Finanças são um desastre, a Justiça não tem solução. O primeiro-ministro é mau, o PR é escorregadio, a Câmara de Lisboa é incompetente, os jornalistas são amaldiçoados, os gestores são corruptos, os ricos são egoístas, os pobres, até os pobres, actuam com muitas artimanhas. E o País é o que se vê. Se melhorou o défice nos últimos três anos vai de certeza piorar nos próximos meses. Se o crescimento económico subiu uma décima em 2007 foi de certeza por engano, porque agora as décimas e as centésimas vão ser todas comidas pela crise avassaladora que chegará ao País”.

Emídio Rangel in Correio da Manhã, 23.2.2008

Novos papéis para os jornalistas

O director do Project for Execellence in Journalism (e também co-autor do livro “The Elements of Journalism”), Tom Rosenstiel, disse há dias, perante uma plateia de profisisonais, que o papel do jornalista está a mudar e que a actividade também…

journalism is shifting from being a a product to a service and, with this, a news outlet shifts from being a final destination to being part of a network.

Rosenstiel avançou quatro potenciais novos papéis para o jornalista:

  • Authenticator: Help the audience figure out what to believe, what can they trust
  • Sense-maker: Help the audience derive meaning from what is happening in the world
  • Navigator: Help the audience find their way around a story, point them to the “good stuff”
  • Forum-leader: Help the audience engage in a discussion in a knowledgeable way

[Encontrei a referência original no SacredFacts]

    Jornalismo em segurança – novo blog

    Da autoria de Paulo Nuno Vicente, jornalista da Antena 1, um novo blog que se se propõe debater o tema do exercício da profissão em ambientes hostis.
    Diz-se, no post de lançamento:

    Os últimos anos, ainda que nem sempre pelos melhores motivos, têm vindo a despertar a consciência das redacções portuguesas para a necessidade de formar jornalistas para a reportagem em ambiente hostil.
    Os cursos, habitualmente em parceria com as Forças Armadas Portuguesas, mas também de iniciativa privada, serão sempre tão atempados quanto escassos: basta perguntar quantas redacções têm em permanência o equipamento ajustado a este tipo de reportagem para percebermos que a falta de preparação é estrutural.
    O weblog que hoje nasce quer contribuir para a criação de um espaço de partilha e reflexão em torno do tema. Não apenas o da reportagem de guerra, mas o da reportagem em ambiente hostil: seja o acompanhamento de actividades de uma força de segurança, uma sessão de tribunal mais quente, um derby num estádio com ânimos incendiados, etc.
    Estaremos tanto mais seguros quanto o que soubermos partilhar.