infografiaO Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho promove no próximo mês um workshop dirigido a profissionais de jornalismo e comunicação que tenham experiência ao nível dos gráficos de informação e um domínio básico das suas ferramentas.

O objectivo desta iniciativa, realizada em parceria com a agência Lusa, é “potenciar o uso das possibilidades e das linguagens do meio digital, ao nível da infografia e das narrativas online”. Será ministrado por Aitor Eguinoa (com experiência de trabalho em infografia no El País, El Correo, de Bilbao, e La Nación, de Buenos Aires) e por Xaquin G. V. (La
Voz de Galicia
Newsweek e, actualmente, The New York Times, onde trabalha  como Graphics Editor).

A coordenação cabe a Nuno Vargas.

Mais informações: AQUI.

Blogs já não estão na moda

Para aqueles que gostam de cavalgar a crista da onda, e que ainda não tenham dado conta, os blogs não são mais aquilo que “está a dar”. A moda anda agora noutro lado: no Facebook e, sobretudo no Twitter. Começa a haver dados que dão substrato à impressão. Exemplo: The long tail of blogging is dying, de Charles Arthur, no Guardian. Mas é claro que nenhuma das três ferramentas pode ser reduzida à lógica da moda.

A PT, A TVI e o futuro da televisão portuguesa

Antes do lançamento dos concursos para a TV digital terrestre, a Autoridade da Concorrência emitiu um parecer que impedia que as empresas que possuíssem mais de 50% de alguma plataforma de televisão pudessem pleitear as licenças.

Com o spin-off da PT Multimédia (que detinha a TV Cabo), hoje Zon Multimédia, a PT credenciou-se para os concursos, dos quais foi a campeã, recebendo as concessões para transmitir os sinais dos canais generalistas e também para gerir conteúdos e distribuir os canais pagos da TV digital, que entrarão em operação nos próximos anos.

Agora a PT avança com uma proposta para comprar 30% do grupo proprietário da TVI.

Cabe lembrar que a PT, hoje, dois anos após o spin-off da PTM, possui serviços de TV por satélite, IPTV, as concessões da TDT, está a implementar uma rede de fibra óptica (que poderá fomentar o surgimento de mais um serviço de TV por subscrição) e pretende ter parte da TVI, o canal generalista com maior audiência.

Estamos a assistir a formação de um futuro monopólio da televisão comercial?

Estudo sobre o Twitter

São ainda escassos os estudos sobre o Twitter e o tipo de usos a que dá origem. Daí o interesse que pode ter este draft em que está envolvida Danah Boyd e mais dois colegas da Microsoft. Debruçam-se, em particular, sobre as práticas de “retweeting”, nomeadamente as que recorrem ao uso do símbolo @ e das hashtags (#) seja para difundir informação, seja para criar comunidades de conversação em torno de um assunto.

Boyd, D.; Golder, S.; Gilad, L (2009)
Tweet, Tweet, Retweet: Conversational Aspects of Retweeting on Twitter.

(Via: Nieman Journalism Lab)

Lydia Cacho Ribeiro: um testemunho

Recusa colocar-se como vítima ou como mártir. Tem sido uma lutadora contra a corrupção e a repressão no México, o seu país. Foi torturada e presa por publicar a história de uma rede de políticos, envolvidos em crime organizado relacionado com pornografia infantil e turismo sexual. Pergunta-se: “Vi-me confrontada com uma questão que permanece: continuar?”
Lydia Cacho Ribeiro, jornalista de investigação, viu ser-lhe atribuído o UNESCO/Guillermo Cano World Press Freedom Prize 2008. No recente The Global forum on Freedom of Expression, que teve lugar em Oslo, pôde apresentar o seu testemunho, que o European Journalism Center publicou.


Brasil: diploma de jornalismo já não é obrigatório

O Supremo Tribunal Federal brasileiro acaba de decidir que o diploma de ensino superior como condição para o exercício legal do jornalismo não pode mais ser considerado obrigatório. A notícia acaba de ser dada por Rogério Christofoletti, no blog Monitorando, mas está em muitos outros sítios.
Esta decisão segue-se a anos de polémicas e de processos em sucessivas instâncis do sistema judicial brasileiro. O assunto dividia claramente as opiniões no sector dos media, ainda que se notasse uma clivagem de posições entre uma boa parte da classe jornalística e de pesquisadores do jornalismo), por um lado, e os responsáveis de empresas mediáticas e respectivas associações, por outro. Estes últimos defendiam, claro está, a liberalização do processo de entrada na profissão.
Este assunto é muito interessante, do ponto de vista da análise comparativa. Na Europa, por exemplo, na esmagadora maioria dos países, a exigência de requisitos para além dos básicos, não é aceite. E quando o legislador quer tornar obrigatória a titularidade de um diploma, como aconteceu recentemente em Portugal, a oposição surge de imediato.
A questão coloca-se entre o direito e a liberdade de informar, que as constituições democráticas consagram, e que não pode ser objecto de limitações, e o direito dos cidadãos a uma informação de qualidade, necessária, inclusive, ao exercício esclarecido da própria liberdade e direito de informar e do exercício da cidadania, em geral.
[Recorde-se que, em processo paralelo a este, nos últimos meses, tem decorrido, também no Brasil, um debate para a definição de directrizes curriculares para a formação superior em Jornalismo. O processo é coordenado por uma comissão nomeada pelo Governo Federal e presidida pelo prof. Marques de Melo. Depois de várias reuniões com parceiros e audições públicas, está previsto que o relatório final seja entregue em Agosto próximo.]

Dado o facto de por este blogue passarem regularmente diversos jornalistas e académicos brasileiros e portugueses ligados ao jornalismo, seria interessante conversarmos um pouco sobre os fundamentos e alcance cultural deste debate. Quem quer contribuir? Ou proporcionar links para fontes que ajudem a pensar as questões aqui em jogo?

Os jornalistas portugueses à lupa

Com a chancela da Imprensa de Ciências Sociais / Universidade de Lisboa, acaba de ser publicado o livro “Estudos sobre os Jornalistas Portugueses”, de que é organizador (e também autor) José Luís Garcia.MaqueteJornalistas

A obra – que tem por subtítulo “Metamorfoses e encruzilhadas no limiar do século XXI” – colige uma dezena de ensaios relacionados com a profissão de jornalista, tanto no que toca à melhor compreensão da sua realidade actual como no que respeita ao seu (ainda recente) processo de profissionalização. Para além do sociólogo José Luís Garcia, participam como autores outros conhecidos especialistas desta área de estudo, como Fernando Correia, Filipa Subtil, Hugo Mendes, Manuel Correia, Pedro Alcântara da Silva, Sara Meireles Graça e Telmo Correia. “Elementos de composição socioprofissional e de segmentação” dos jornalistas, “o processo de feminização” da profissão, a “crise de identidade profissional e a emergência de um novo paradigma” ou “os problemas-chave de ingresso no jornalismo” são alguns dos temas abordados nos diferentes textos.

José Luís Garcia, que é professor no ISCTE e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi responsável (ou co-responsável) pelos dois grandes inquéritos sociológicos feitos aos jornalistas portugueses, um em 1990, outro em 1997. Parte dos resultados desses inquéritos é retomada e aprofundada neste livro, em cujo prólogo se pode ler: 

Apesar dos importantes avanços registados na investigação em comunicação e jornalismo em Portugal (…), o processo de profissionalização dos jornalistas continua a ser um domínio em que se sente a necessidade de conhecimentos de vários tipos (sociológico, histórico, etnográfico, demográfico-estatístico). As abordagens sociológicas que compõem este livro representam, por conseguinte, uma tentativa, realizada a partir de diversos elementos e dados, de análise e compreensão de algumas das principais situações e mudanças ocorridas no período-chave de finais de 1980 e década de 1990. Tais metamorfoses, como indiciam os escritos desta obra, podem ser consideradas como uma das fases marcantes da recomposição da profissão de jornalista em Portugal.

Contar histórias para ser da rádio…

Numa entrevista que deu ao Diário de Notícias, em Maio de 2001, Fernando Alves, da TSF, dizia que «hoje chegam à rádio pessoas que não querem ser da rádio»; pessoas que, segundo ele, não conhecem o gozo secreto da rádio.

Talvez seja por isso, por desconhecerem esse gozo, que a rádio é o meio menos preferido pelos alunos à saída dos cursos superiores de Comunicação/Jornalismo… ou porque já pouco há de mágico numa espécie de relação física que se mantinha com o estúdio (na mesma entrevista, Fernando Alves dizia também que «se não deres quecas com a mesa do estúdio, nunca falarás com ninguém, nunca tocarás o ouvinte»).

A propósito do casting que a RFM fez por estes dias para substituir temporariamente Carla Rocha do programa Café da Manhã, o director da estação, António Mendes, revelou ao Público (edição do P2 de hoje) um dos segredos da rádio dos nossos dias: «A estrela da rádio que gosta de passar música acabou. A rádio hoje é outra. O que procuramos são bons contadores de histórias. Alguém que consiga pôr as pessoas a rir e a chorar»… Alguém que continue a tocar o ouvinte, portanto… mas não é essa, afinal desde sempre, a natureza da rádio?

CECS ganha prémio internacional de Educação para os Media

Uma candidatura apresentada pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (com equipa constituída pelos investigadores Sara Pereira, que coordena, Luís Pereira e Manuel Pinto) acaba de ver contemplado o seu Projecto ‘Media Education: Learning and Acting’ com o Evens Prize for Intercultural Education 2009 – Media Education

Promovido por: Evens Foundation, BELGIUM, Under the patronage of Mrs Viviane Reding, member of the European Commission, Commissioner for Information, Society and Media

Objectivo: “With this sixth edition of the Evens Prize for Intercultural Education to be awarded in 2009, the Evens Foundation seeks to highlight the importance of MEDIA EDUCATION and to support the development of new sustainable proposals in this field in Europe targeting children.”

O prémio vai ser entregue numa cerimónia em Bellaria, Itália, durante o 2º Congresso Europeu de Educação para os Media, de 21 a 24 de Outubro próximo.

O projecto do CECS foi submetido a 15 de Janeiro, tendo passado pelo ‘crivo’ de várias selecções intermédias e a visita ao nosso Centro de um elemento do júri, Cecile Henriques (Project Coordinator), no passado dia 13 de Março.

Os meandros complexos da comunicação

Ainda em tempo de rescaldo eleitoral, passei hoje de manhã por um dos cartazes de campanha de Paulo Rangel.

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São de facto, como muita gente já disse, cartazes pobrezinhos, baços, pouco ou nada apelativos, quase artesanais. Mais adiante, passei por cartazes do PS: enormes, modernos, bem produzidos, directos, cheios de cor, ricos. Mas o que é verdade é que os primeiros ‘ganharam’ as eleições e os segundos ‘perderam-nas’… Claro que é reducionista colocar as coisas assim, de modo tão simples, mas deixou-me a pensar como as estratégias de comunicação dos partidos, só por si, não são garante automático de sucesso. As célebres “teorias dos efeitos” dos media sobre as decisões políticas das pessoas estudam estes assuntos há décadas, e hoje sabe-se que não há, de facto, uma tradução directa das campanhas eleitorais nos votos efectivos.

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Num tempo em que se aposta até ao exagero em feéricos meios técnicos, em grandes cenários para televisão filmar, em músicas cientificamente estudadas para empolgar, em enormes cuidados na roupa ou no cabelo dos candidatos, em coisas do puro domínio ‘da forma’, é curioso constatar que os resultados obtidos podem sair tão ao contrário… Com aquele espectáculo todo que vimos na campanha, com os comícios tão cheios de bandeiras, com autocarros, camiões, brindes, folclore, encenação super-profissional e dinheiro q.b., o PS acabou por perder as eleições. Com aquela pobreza de cartazes, com umas acções de campanha mais modestas e meio solitárias, com uma suposta incapacidade de mobilização, com Paulo Rangel sozinho e abandonado, o PSD acabou por ganhar as eleições.

É claro que a campanha não explica tudo, longe disso. Mas também me parece que há aqui alguma matéria de reflexão sobre estas apostas excessivas na ‘comunicação’ super-profissionalizada (e super-cara) em que alguns partidos quase cegamente apostam, esquecendo-se que, afinal, se calhar é o conteúdo – e não a forma – que mais pesa nas decisões das pessoas.

Quem viu as campanhas de rua do PS e do PSD, nomeadamente através da televisão, quase garantiria que o PS tinha a vitória no papo (o próprio PS o imaginava, e agiu sobranceiramente em consonância, como foi por demais evidente). Afinal, quem ganhou foi o PSD… O que é que decidiu, então, a maior ou menor eficácia da comunicação de um e outro? Não terá sido uma questão de… substância?

Textos da Compós 09 já disponíveis

A COMPÓS (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – Brasil) disponibilizou, na íntegra (e ainda no decurso do seu XVIII Encontro – 2 a 6 de Junho) todos os trabalhos apresentados.
Foram 12 os GTs em funcionamento:  “Comunicação e Cibercultura, Comunicação e Cultura, Comunicação e Política, Comunicação e Sociabilidade, Cultura das Mídias,Economia Política e Políticas de Comunicação, Epistemologia da Comunicação,Estéticas da Comunicação,Estudos de Jornalismo, Fotografia, Cinema e Vídeo, Mídia e Entretenimento, Recepção, Usos e Consumo Midiáticos”.
Como relembra Marcos Palácios, importará salientar que em tempos pré-net “trabalhos apresentados em um evento como este levavam entre 12 a 18 meses para aparecerem sob a forma de capítulos de livros ou artigos em periódicos“.

Ciências da Comunicação: Curso de doutoramento na Universidade do Minho

O Departamento de Ciências da Comunicação e o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, aceitam, até ao próximo dia 30, candidaturas ao Curso de Doutoramento (adaptado a Bolonha) em Ciências da Comunicação.
O curso funcionará com um numerus clausus de 15 estudantes, podendo candidatar-se: a) os titulares do grau de Mestre em Ciências da Comunicação ou em áreas afins; b) os titulares do grau de licenciado, detentores de um currículo escolar ou científico especialmente relevante que seja reconhecido como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo Conselho Científico do Instituto de Ciências Sociais; c) os que, não sendo licenciados, apresentem um currículo escolar, científico ou profissional que seja reconhecido pelo Conselho Científico do Instituto de Ciências Sociais, como atestando a capacidade para a realização deste ciclo de estudos.
As candidaturas desta primeira fase (seguem-se mais duas, caso haja vagas disponíveis) podem ser apresentadas presencialmente ou por correio electrónico (sec-cicom@ics.uminho.pt).
Toda a informação necessária (edital, formulário e plano de estudos) está disponível no site do Departamento de Ciências da Comunicação.
Este curso tem a duração de dois anos, sendo o primeiro ocupado com aulas (concentradas predominantemente no primeiro semestre e em horário que facilitará a vida a quem tem um horário de trabalho) e os dois restantes dedicados à elaboração da dissertação. As áreas de especialidade em que é possível realizar o doutoramento podem ser consultadas aqui.

Em homenagem ao Prof. Aníbal Alves: 30 anos de estudos de comunicação

Aníbal AlvesUma jornada que será, em simultâneo, de estudo, de encontro e de celebração vai ter lugar na próxima sexta-feira, a pretexto da aposentação do Prof. Aníbal Alves, fundador do Curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho.
O evento decorrerá, a partir das 10 horas, nos espaços do Museu Nogueira da Silva (Braga, Avenida Central) e inicia-se com uma sessão em torno do tema “Estudos de Comunicação: Trinta anos de ensino e de investigação“. Intervêm Aníbal Alves (UM), José Bragança de Miranda (UNL), José Paquete de Oliveira (ISCTE/Provedor do Telespectador da RTP), António Fidalgo (UBI) e Xosé Lopez (Univ. de Santiago de Compostela), cabendo a moderação a Helena Sousa.
Depois do almoço nos jardins do Museu, haverá, da parte de tarde uma sessão de “Palavras e melodia”, após o que será apresentado um livro de congratulação, com textos científicos e depoimentos alusivos ao percurso humano e académico de Aníbal Alves.
Mais informações para quem pretender participar: AQUI.

O Prof. Aníbal Alves é um especialista em Comunicação Humana. Formou-se na Universidade Católica de Lovaina, pertencendo à geração que no pós-25 de Abril, arrancou com a formação superior em Comunicação Social no nosso país. Na Universidade do Minho, foi director do Departamento de Ciências da Comunicação, presidente do Instituto de Ciências Sociais e Vice-Reitor da Universidade. Foi o primeiro presidente da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), apostando na consolidação das relações com o espaço lusófono e ibérico.

Novas especialidades de doutoramento na UMinho

Acaba de ser publicado o despacho que altera e alarga substancialmente as áreas de especialização do curso de doutoramento em Ciências da Comunicação que vai já funcionar no próximo ano lectivo.
Os candidatos ao doutoramento poderão inscrever-se numa das seguintes áreas:

  • – Estudos de Jornalismo
  • – Comunicação Estratégica e Organizacional
  • – Comunicação Intercultural
  • – Cibercultura e Redes de Comunicação
  • – Economia Política da Comunicação
  • – Ética da Comunicação e da Informação
  • – Educação para os Média
  • – Estudos da Recepção
  • – Comunicação, Consumo e Lazer
  • – Teoria da Cultura
  • – Teorias da Comunicação e da Informação
  • – Semiótica Social
  • – Sociologia da Comunicação e da Informação
  • – Psicologia da Comunicação
  • – Indústrias Culturais
  • – Comunicação audiovisual
  • – Média Interactivos.