Credibilidade do jornalismo

Costuma dizer-se que, numa guerra, a primeira vítima é a verdade. São já vários os sinais de que, no actual conflito entre o Ministério da Educação e os professores (do ensino básico e secundário), a verdade dos factos é objecto de disputa.

Na mega-manifestação do dia 8, a fasquia foi colocada em 120 mil participantes.  Unanimidade no número, o que obrigaria a saber quem e como foram feitos os cálculos. Se numa manifestação como a de ontem as contas (ver dados em baixo) variam de forma tão extrema…

Não está em causa a grande adesão nem os motivos dos professores para os protestos. Está em causa a credibilidade do jornalismo.

15h25 Público/Lusa:
Várias centenas de professores estão desde o princípio da tarde de hoje concentrados no Marquês de Pombal, em Lisboa, numa manifestação de protesto contra a política de educação, sete dias após a maior manifestação de sempre de docentes. “Podíamos ser muitos mais se não tivesse havido a manifestação de sábado passado”, disse José António Farinha, do Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores (MUP).

19h15, Público, com Lusa:
A manifestação de professores realizada hoje em Lisboa terminou às 17h30, três horas depois de ter começado, estimando a polícia que tenham estado no protesto cerca de sete mil professores, enquanto os organizadores falam em mais de 20 mil participantes.

Diário de Notícias:
“Sete a 10 mil professores manifestaram-se ontem em Lisboa, num protesto convocado por movimentos não associados aos sindicatos”

Jornal de Notícias:
Foram cerca de 20 mil os professores que este sábado se manifestaram, em Lisboa, contra a política de Educação do Governo. Muito aquém dos 120 mil da semana passada, mas com a mesma determinação e objectivos.

Correio da Manhã:
“Uma semana após a maior manifestação de sempre, os professores voltaram ontem às ruas de Lisboa num protesto organizado por movimentos independentes e apelaram a uma radicalização do combate contra o modelo de avaliação. Segundo a PSP, estiveram sete mil pessoas no protesto, entre o Marquês de Pombal e o Parlamento, enquanto os organizadores começaram por falar em 20/25 mil e no final baixaram para 10 mil o número de presenças”.