Que fazer com os comentários?

ImagemO Diário de Notícias decidiu, por estes dias, passar a sinalizar todas as caixas de comentários com a seguinte advertência: “Conteúdo eventualmente ofensivo“. Na mesma nota, diz-se que “as opiniões, informações, argumentações e linguagem utilizadas pelos comentadores desse espaço não refletem, de algum modo, a linha editorial ou o trabalho jornalístico do Diário de Notícias” e esclarece-se que os textos “podem, por vezes, ter um conteúdo susceptível de ferir o código moral ou ético de alguns leitores“, pelo que “o Diário de Notícias não recomenda a sua leitura a menores ou a pessoas mais sensíveis.”
No espaço semanal de comentário que tem na SIC-Notícias, Pacheco Pereira disse que se tratava de uma postura hipócrita. Concordo. É mau demais não gerir (por opção ou por limitação de meios) os comentários mas é bem pior assumir relativamente ao delicado assunto uma postura declarada de rendição. O DN desistiu sem sequer ter tentado.
O problema que está na origem de tão bizarra atitude não é novo e não é apenas nacional. As soluções encontradas pelas empresas são muito diversas mas para algumas a guerra está longe de estar perdida.
Como explica o Provedor do Leitor do Washington Post, Patrick B. Pexton, (sim, o jornal que está a crescer substancialmente na web às cavalitas da opção errada do NYTimes) a empresa precisa de continuar a dar atenção (com moderação sensata, diz) aos espaços de comentários:
I think that in the messiness lies virtue. Online commenting boards are an online speaker’s corner and free-speech release valve.They’re also a real-time correction and information-gathering mechanism.”

A Rádio na frequência da Web

Está já disponível o vol.20 (2011) da revista Comunicação e Sociedade, recolhendo textos em torno do futuro da rádio em ambiente digital.
Madalena Oliveira e Pedro Portela, os organizadores deste número, dizem no seu texto de apresentação:
Repensar a rádio no actual contexto de uma sociedade digital, ou mais especificamente no contexto da web, impõe que se repense a sua relação com a imagem, mas também, de um modo mais generalizado, os termos do seu contrato de escuta. Se é verdade que a emissão tradicional se mantém de alguma maneira na web – que nessa medida é apenas um novo dispositivo de escuta, um novo receptor do sinal radiofónico -, também o é que a oferta associada aos sítios das emissoras na Internet exige uma redefinição da sua relação com os ouvintes.
Mais detalhes aqui (esclarecimentos e encomendas através deste endereço)