Um Dia com os Média

Convocar os cidadãos e a sociedade para refletir sobre os papel e o lugar dos media nas suas vidas é o objetivo da Operação Um dia com os Media, projeto que irá decorrer no próximo dia 3 de maio, dia mundial da liberdade de imprensa, com múltiplas iniciativas por todo o país.
Esta Operação surge num tempo em que as tecnologias e plataformas digitais permitem, como nunca, que os cidadãos se exprimam no espaço público, fazendo por isso sentido que o olhar crítico e participativo relativamente aos media seja, ele próprio, um exercício de liberdade.

Promovida pelo Grupo Informal sobre Literacia para os Media, esta operação congregará um vasto e variado conjunto de atividades concebidas e realizadas pelas mais diversas instituições, tais como bibliotecas, meios de comunicação, escolas, instituições do ensino superior, grupos de alunos, centros de investigação e formação, associações, universidades de seniores, movimentos, igrejas, autarquias e outras, glosarão o mote Um dia com os media: Que significado têm os media na nossa vida e como poderiam tornar-se mais relevantes?
São diversas as ações programadas, como sejam, programas de rádio e televisão, conferências, mostras, concertos, debates, projeção de filmes, concursos escolares, ações de formação, jogo lúdicos, ações de rua, entre outras.
A lista completa de ações pode ser consultada AQUI.

Toda a informação sobre a Operação pode ser encontrada AQUI.

Grupo Informal sobre Literacia para os Media

O Grupo Informal sobre Literacia para os Media é uma plataforma que reúne entidades públicas com missões no domínio da literacia para os media, sendo presentemente constituído por: Comissão Nacional da UNESCO, Conselho Nacional de Educação, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS) e Universidade do Minho – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade.
Entre os muitos projetos desenvolvidos pelo Grupo, importa destacar o Portal da Literacia para os Media e o Congresso “Literacia, Media e Cidadania”, do qual resultou a “Declaração de Braga”.

Um livro sobre rádio!!!

ImagemSão tão poucos os livros publicados sobre rádio que, quando aparece um novo título, é um motivo de grande regozijo para os que se dedicam a esta área dos media. A mais recente publicação é a de João Paulo Meneses e problematiza a história da rádio. Estudos sobre a rádio. Passado, presente e futuro está publicado pela Mais Leituras e reúne em mais de duas centenas de páginas trabalhos diversos do jornalista que é também autor de uma das poucas teses portuguesas sobre o meio radiofónico.

Educação para os media – seminário

Por ocasião do 30º aniversário da Declaração de Grünwald sobre Educação para os Media, vai realizar-se nesta sexta-feira, dia 20, um seminário com Evelyne Bévort, directora-adjunta, com o pelouro da cooperação internacional, do CLEMI – Centre de Liaison de l’Enseignement et des Moyens d’Information, do Ministério francês da Educação e com Jose Manuel Pérez-Tornero (Universitat Autònoma de Barcelona) sobre “A educação para os media como via de leitura crítica do mundo actual”.

O evento realiza-se na Sala de Actos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, a partir das 14h30 e é organizado pelo Projeto ‘Navegando com o Magalhães: Estudo do Impacto dos Media Digitais nas Crianças‘.

De referir que a Declaração de Grünwald foi aprovada unanimemente pelos representantes de 19 nações durante o Simpósio Internacional sobre Educação para os Media organizado pela UNESCO, na cidade de Grünwald, na então República Federal da Alemanha, em 22 de Janeiro de 1982.

O postal no princípio do post

Durante três anos e meio uma equipa de investigadores do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade recolheu, classificou e refletiu sobre postais ilustrados. Meio de comunicação démodé, dirão muitos, o bilhete-postal teve na história da correspondência interpessoal do século XX o ar gracioso de um suporte que à brevidade das palavras junta(va) uma imagem. Registo ligeiro, económico, breve, o postal ilustrado está, pode dizer-se com propriedade, no princípio dos posts que hoje publicamos em blogues. No postal como no post, ao apontamento do quotidiano procuramos juntar a gentileza de uma imagem. E do postal para o post perdemos, por outro lado, em tactilidade o que ganhamos em instantaneidade. Mas no postal ou no post encontramos também a vontade de arquivar a brevidade de gestos de partilha.

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Celebrando a memória do postal ilustrado e a sua relevância para a história da comunicação visual, a mesma equipa de investigadores acaba de publicar um conjunto de seis booklets que dão a conhecer parte de Portugal ilustrado em postais. Nesta coletânea, analisa-se a imagem construída e divulgada pelos postais ao longo dos anos relativamente a cinco cidades portuguesas – Bragança, Viana do Castelo, Braga, Viseu e Portalegre. Os booklets reunidos nesta obra são, na verdade, apontamentos sumários da imagem destas cidades ao espelho dos postais, num formato que repete, de algum modo, o jeito dos próprios bilhetes-postais: são brochuras breves, regionalizadas, ilustradas, coloridas, que mantêm o perfil ágil e afetuoso do objeto colecionável.

Na próxima segunda feira, dia 23, Henrique Barreto Nunes, ex-diretor da Biblioteca Pública de Braga, apresenta esta publicação coletiva, às 18h00, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. A entrada é livre.

Leitura de imprensa regional

O Bareme Imprensa Regional 2010, que a Marktest em parceria com a MeioRegional, acaba de publicar, contabiliza no Continente 51.9% de residentes com 15 e mais anos que costumam ler ou folhear títulos de imprensa regional.
Os índices de leitura são mais acentuados no distrito de Castelo Branco (74.7%), ao que se seguem os residentes nos distritos de Santarém (73.4% ) e Coimbra Leiria (70.1%). No pólo oposto estão os residentes no distrito de Lisboa (35.0%). Também em Bragança e Porto se observam taxas abaixo da média (37.6% e 38.0%, respectivamente).

(Nota – A figura, da autoria da Marktest, compara, para cada distrito, os índices de leitura de imprensa regional e de imprensa nacional de informação geral)

Como avaliar a Política de Incentivo à Leitura

Realiza-se no próximo dia 19, às 10 horas, no Palácio Foz, em Lisboa, a apresentação e debate de uma proposta de Modelo de Avaliação da Política de Incentivo à Leitura, elaborado na Universidade do Minho (UM), por solicitação do Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS).
O trabalho, que está disponível online, foi realizado por uma equipa do Projecto Mediascópio, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade daquela Universidade, no quadro de um Protocolo de Cooperação Técnica e Científica celebrado entre a UM e o GMCS.
De acordo com o espírito do documento e por vontade também daquele Gabinete, a proposta de modelo encontra-se em discussão pública, sendo que a sessão do dia 19 é entendida pelas duas partes como um momento de “garantir a participação de todos os interessados e a incorporação dos respectivos contributos no desenvolvimento do modelo de avaliação”.

O documento em referência encontra-se disponível AQUI.

Sarkozy injecta mais 200 milhões na imprensa

Numa altura em que até os mais liberais são forçados (ainda que entre-dentes) a pronunciar a palavra ‘nacionalização’ (e variações, consoante o grau de intervenção dos estados) quase deixamos passar despercebida a mais recente iniciativa do Estado francês para salvar a imprensa.

readers
O presidente Nicolas Sarkozy anunciou há dias a injecção de mais 200 milhões de euros (para além dos cerca de 280 milhões já atribuídos) na economia da imprensa (escrita e online), através de incentivos fiscais e da duplicação do investimento publicitário.
O apoio excepcional terá uma duração de 3 anos e inclui ainda uma medida emblemática – todos os franceses com 18 anos de idade vão poder aceder a uma assinatura anual de uma qualquer publicação à sua escolha.

Boa ou má ideia?

Nordicom Review

Está já disponível o último número da revista Nordicom, com o título genérico “NordMedia 2007”, que merece uma vista de olhos. Entre vários outros, há artigos de :

– Joseph Straubhaar (Global, Hybrid or Multiple? Cultural Identities in the Age of Satellite and the Internet),

– Thomas Tufte (Exploring Cultural Globalisation. New Forms of Experience and Citizen-driven Change Processes)

– Mats Ekstrom (Research on Media and Democracy. Reflections on Changes and Challenges).

Todos os textos são de acesso livre.

Leituras

Alguns textos recentes que achamos interessantes e que podem interessar a algum leitor:

Lançamento: O JORNALISTA EM CONSTRUÇÃO

Deve estar já a “romper” nas livrarias o mais recente livro de Joaquim Fidalgo. O Jornalista em Construção. A obra resulta de parte do texto da tese de Doutoramento que o autor defendeu no início de 2007 na Universidade do Minho. Trabalho de enorme e reconhecido mérito, este livro será, naturalmente, uma referência inescapável da produção bibliográfica portuguesa sobre o jornalismo e os jornalistas.

Este livro procura analisar o percurso histórico feito pelos jornalistas, sobretudo entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, com vista à afirmação da sua actividade como uma autêntica profissão, socialmente reconhecida e juridicamente legitimada. Numa primeira parte, faz-se uma breve abordagem teórica da sociologia das profissões e dos diversos paradigmas que, ao longo das últimas décadas, foram sendo objecto de estudo e de debate. Na segunda parte, percorre-se o caminho, nem sempre linear, feito pelos jornalistas em diversas latitudes e em diferentes contextos socioculturais, procurando definir e autonomizar o seu ofício por relação com outros ofícios da comunicação. A conclusão genérica sugere que este esforço de profissionalização dos jornalistas tem sido um processo difícil, contraditório, feito de avanços e recuos, de tensões e negociações permanentes, à medida de uma actividade cuja catalogação suscita ainda hoje algumas controvérsias.

Texto da contracapa

Título nº 17 da

Colecção Comunicação – Porto Editora / PORTO

Reflexões

«Porque é que a TV foi essa “caixinha que revolucionou o mundo”? Faço a pergunta e as respostas vêm em turbilhão. Fez de tudo um espectáculo, fez do longe o mais perto, promoveu o analfabetismo e o atraso mental. De um modo geral, desnaturou o homem. E sobretudo miniaturizou-o, fazendo de tudo um pormenor, misturado ao quotidiano doméstico. Porque mesmo um filme ou peça de teatro ou até um espectáculo desportivo perdem a grandeza e metafísica de um largo espaço de uma comunidade humana. (…) Mas a TV é algo de minúsculo e trivial como o sofá donde a presenciamos. Diremos assim e em resumo que a TV é um instrumento redutor. Porque tudo o que passa por lá chega até nós diminuído e desvalorizado no que lhe é essencial. E a maior razão disso não está nas reduzidas dimensões do ecrã, mas no facto de a “caixa revolucionadora” ser um objecto entre os objectos de uma sala. Mas por sobre todos os males que nos infligiu, ergue-se o da promoção do analfabetismo. (…) A TV dispensa tudo. (…) … na TV dá-se tudo de uma vez sem nós termos de trabalhar. Mas cada nossa faculdade, posta em desuso, chega ao desuso maior que é deixar de existir.»

Vergílio Ferreira, Escrever, pp. 23-24

Kindle – mais do que um suporte de livros e jornais?

Um pouco mais de 25 mil livros de ficção e mais do dobro de livros de não-ficção estão disponíveis para serem descarregados para o Kindle, um leitor de livros digitais que a Amazon acaba de lançar no mercado.

Kindle da Amazon

Pesando menos de 300 gramas (e cada grama a cerca de 1,3 euros), o Kindle esgotou pouco depois de ser lançado, por ruptura do stock. O reabastecimento está prometido para o final deste mês.

Dos livros disponíveis (para serem comprados) pode ser lido em regime de livre acesso o primeiro capítulo. Jornais e revistas bem como blogs podem também ser acedidos, mediante pagamento. Tudo é acedido através de um sistema de wireless cujo preço está incluído nos pagamentos das aquisições. Tudo a facturar para a Amazon, ficando sem se saber se os jornais e blogs recebem ou não parte das verbas cobradas.

A grande dúvida: salvaguardadas as limitações que a actual versão pelos vistos comporta (e que poderão ser rapidamente ultrapassadas), habituar-nos-emos a ler no ecrã? Se a definição ajudar, creio que isso vai acontecer. E assistiremos seguramente a novos hibridismos e convergências.

Comentários sobre o novo gadget, por exemplo: no Transnets, no BoingBoing, no X-primo.

ACT.:
Kindle: au soleil comme au lit

Outras rotinas

A imagem que Dario Gallo, editor executivo da revista argentina Noticias e autor do Bloc de Periodista, nos apresenta ilustrará, sobretudo, a forma como mudou o seu próprio acesso e interacção pessoais a/com produtos informativos na última década, mas pode também (se formos cautelosos e se assumirmos escalas flexíveis) reflectir as profundas alterações de rotinas em curso.

Tempo (que não há) para ler o que há

” (…) Durante apenas estes dias do final de Agosto e do início de Setembro, as livrarias francesas receberão 727 novos romances, como a imprensa não se cansa de repetir. Quem, em França, quiser acompanhar a rentrée literária de um modo escrupuloso tem, pois, com que se entreter. Se não se publicassem novos livros nos próximos tempos, seriam necessários dois anos para ler estes romances todos, e isto com a condição de ler um por dia. (…)
E se alguma improvável criatura quisesse ler todas as obras que, no ano passado, foram objecto de depósito legal na Biblioteca Nacional de Espanha teria necessidade de, conseguindo ler uma obra por dia, dispor de cento e oitenta e um anos e mais uns dias. Uma vida inteira não chegaria, portanto, para ler as 66.270 obras editadas em 2006 no país do lado.
(…) Os números, não oficialmente confirmados, que circulam relativamente à actividade editorial britânica em 2005 são esmagadores: 206.000 títulos, mais de quinhentos por dia, mais de vinte por hora. Compreende-se assim que não estão a ser excessivos os que dizem que, nas três ou quatro últimas décadas, se produziu mais informação do que nos cinco mil anos precedentes (…)”.
Eduardo Jorge Madureira, Diário do Minho, 2 de Setembro de 2007

Ecrã dominará na leitura , prevê Gates

“Reading is going to go completely online. We believe that as we get the smaller form factor, the screen has gotten good enough. Why is reading online better? It’s up to date, you can navigate, you can follow links. The ads in the online reading are completely targeted as opposed to just being run-of-print, where many of the readers will find them completely irrelevant. The ads can be in new and richer formats. In fact the only drawbacks of the digital form are the things associated with the device: how big is it, heavy is it, how many hours of power does it have, how much do I have to spend to buy it? But those are things that once you achieve that threshold, in terms of the convenience and the cost, then you see a dramatic change in behavior. Today, for people who read newspapers and magazines, even the most avid PC user probably still does quite a bit of reading on print. As the device moves down in size and simplicity, that will change, and so somewhere in the next five-year period we’ll hit that transition point, and things will be even more dramatic than they are today.”

Bill Gates, na Microsoft’s Strategic Account Summit online advertising conference in Seattle (cf. nesta peça, as opiniões do homem da Microsoft sbre a TV, a imprensa e a publicidade).