“(…) A morrinha é o nosso estado natural: nem para a frente nem para trás (…). Mas parece existir uma nova gente com uma espantosa dinâmica pronta a mudar o nosso fadário. Tomei conhecimento desta destemida gente, não por qualquer jornal especializado em temas económicos, não por nenhum programa de televisão ou rádio mas, espantem-se as almas, pela chamada, faltando melhor termo, imprensa cor de rosa. (…) Não há número de qualquer das várias revistas da especialidade que traga uma senhora que apenas trabalhe em casa ou que tenha um emprego, dito, normal. Não há professoras, médicas, contabilistas, gestoras, cabeleireiras . São todas mulheres de negócios. (…) Um cidadão fica cansado só de ler a quase sobre-humana actividade destas senhoras (…). Os jornalistas que as entrevistam não perguntam qual o ramo de actividade empresarial destas hiper-activas criaturas. E muito bem, digo eu. Uma coisa é perguntar qual o tipo de implante mamário que resolveram colocar, o cabeleireiro que frequentam, a estância de ski que frequentam, os pormenores do último divórcio, os colégios dos filhos. Isso, claro está, deve ser público e notório. Outra, completamente diferente e a merecer toda a confidencialidade, é perguntar que tipo de negócio desenvolvem. Ninguém tem nada a ver com isso. É matéria reservadíssima (…)”.
Pedro Marques Lopes in Diário de Notícias, 27.9.2009
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Muito bom!