Os comentários que, de imediato, surgiram ao ‘espectáculo’ no Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes, da TVI, referem o óbvio: que Marinho Pinto disse à pivot aquilo que “toda a gente” gostaria há muito de lhe ter dito.
Aquele tipo de jornal televisivo não é seguramente dos que eu prefiro. O estilo de Moura Guedes chega a ser degradante e aviltante. Mas daí a fazer do bastonário da Ordem dos Advogados uma espécie de vigário do povo (esclarecido) junto da TVI vai uma grande distância.
Em primeiro lugar, Marinho Pinto tornou-se parte do espectáculo de Moura Guedes. E ela, nesse ponto, sabia o que estava a fazer. Talvez não esperasse apanhar a surra pública (restando saber se o sovador não terá ido ao ponto de ter despertado pena pela vítima), mas via-se-lhe no olhar uma espécie de ambivalência entre o que ganhava para o canal e perdia para si mesma.
Uma coisa este caso demonstrou: que a televisão é cada vez mais ela própria a notícia.
Montando o seu show ou sendo surpreendida por ele, num dispositivo ele próprio orientado ao espectáculo, a TV prescinde progressivamente da realidade que era suposto reportar, para se mostrar a si mesma e a si mesma se dar como assunto à degustação do povo, em doses mais ou menos fortes de emoção.
O vídeo (trecho final): http://www.youtube.com/watch?v=_LpY3Y1Cq_c
O que se vai escrevendo pela blogosfera:
POR UM JORNALISMO A SÈRIO…ASSINEM:
http://www.ipetitions.com/petition/MANUELAMOURAGUEDES/
Obrigado Marinho Pinto ,
Façam com eu ,enviem um mail para a Prisa ( accionista da Tvi ) mostrando a vossa indignação pelo facto de permitirem
que esta senhora faça de um jornal nacional um autentico circo .
proveedores@prisa.es
comunicacion@prisa.es
ia@prisa.es
Eles deveriam de receber centenas de mails , porque só assim pode-mos retirar aquela senhora da Antena .
É lamentável que alguns meios de comunicação manipulem ou queiram manipular factos reais e do domínio público.
Foi um triste e lamentável episódio, aquele que assistimos no debate entre uma jornalista que devia ser mais isenta e o Bastonário da Ordem dos Advogados.
Parabéns ao Dr. Marinho Pinto pela postura digna que manteve no debate, e um grande bem haja para pessoas como ele, pois vivemos numa ditadura camuflada e só não vê quem não quer.
Parabéns Dr. Marinho Pinto.
vídeo da entrevista Completa de Manuela Moura Guedes a Marinho Pinto
http://trocaopasso.wordpress.com/2009/05/23/entrevista-completa-de-manuela-moura-guedes-a-marinho-pinto/
…
“Em nome da transparência”
António Marinho Pinto é mais do que apenas o bastonário da Ordem dos Advogados. Este homem do norte é polémico quanto baste, porque não dizer provocador. No entanto, é um combatente de causas que chama “os bois pelo nome”. É frontal, intrépido, solidário, talvez o último dos românticos que tenta colocar a justiça num patamar a que todas as classes sociais acedam. Fundamentalmente, aquilo que uma verdadeira política de esquerda deveria preencher. Pôs em sentido a magistratura portuguesa fazendo uma clara distinção de tarefas: incompatibilidade entre a advocacia e a política, ou seja, não pode continuar a haver manigâncias entre o poder político legislativo e a profissão de advogado. Denunciou aquilo que todos sabemos – o país tem o triplo dos advogados que necessita. Precisamos de pessoas deste calibre, de sólidos princípios, que deixem os tiques de superioridade e passem a estar junto do povo, dos injustiçados. Isto é o que se chama um Estado de Direito.
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É lamentavel o silencio do sindicato dos jornalista face a este caso!!?? se a jornalista fosse a fernanda cãncio, decerto que ja teriam emitido mais um Manifesto Politico, como sucedeu na ultima vez!
A jornalista faz explicitamente o que muitos jornalistas fazem discretamente. O jornalismo estava nu e a Internet veio mostrar isso. Estamos num importante momento para que os “mediadores da informação” coloquem a mão na consciência e façam um bom jornalismo, pois, assim como sempre fizeram com todas as instituições (e até com as pessoas) eles também estão a ser vigiados e qualquer manipulação intencional corre o risco de ser desmascarada.