Hoje os jornais (“Público” e “Expresso”) falam novamente do menino que mora em Rio Tinto e que não pode ir à escola porque os colegas o agridem física e psicologicamente. Esse menino, de 12 anos, teve um cancro e fez vários tratamentos de quimioterapia e radioterapia. No artigo da jornalista Ana Cristina Pereira, do “Público”,refere-se que a Associação de Pais da escola em causa está revoltada com a mediatização do caso (com os artigos de jornais e com os comentários na blogosfera), considerando-a “redutora, porque o foco de atenção está numa criança”, sem “preocupação” com eventuais efeitos sobre os outros alunos; “simplista, porque existe uma análise de pessoas externas a esta comunidade que tentam penalizar as outras crianças”. Esta semana, a Direcção Regional de Educação do Norte interveio, propondo o envio de professores a casa de Miguel até ao final do ano lectivo,uma medida que a Associação de Pais também critica.
Talvez este menino não tenha os olhos expressivos de Maddie, nem os seus pais possuam as aptidões comunicativas do casal McCann. Talvez a situação exija dos jornalistas um tacto especial na protecção desta lutadora criança. Mas enquanto não se perceber que a educação para a inclusão faz parte do crescimento equilibrado das nossas crianças e que todos nós temos a obrigação de a promover, os media devem continuar a pontuar a sua agenda com casos inacreditáveis como este drama que vive actualmente o corajoso menino de Rio Tinto.