A pretexto do post anterior, vale a pena recordar o terceiro seminário de Doutoramento em Estudos Jornalísticos que ontem se realizou na Universidade do Minho. Sob o signo da “sentimentalização das sociedades” ou da “mundialização dos afectos” (expressões caras a José Augusto Mourão), discutiu-se particularmente neste seminário a propensão dos media para reportar emoções, sobretudo quando parece não haver factos propriamente ditos. Recordaram-se a propósito vários acontecimentos em que os media insistentemente fizeram notícia com a dor (a queda da ponte de Entre-os-Rios, os atentados terroristas do novo milénio, o desaparecimento de Madeleine, inevitavelmente…). Sendo talvez certa a proposição de Mario Perniola segundo a qual vivemos hoje numa sociedade mais de índole sensológica do que ideológica, algumas interrogações são, no entanto, persisitentes:
– Até onde pode o jornalismo ir quando reporta a dor dos outros?
– Se calhar é de espectáculo que o público gosta, mas não será também por isso mesmo que o público rapidamente se cansa?
– Que matéria informativa contêm as emoções?
– Que relação tem este interesse jornalístico pelas emoções com o eventual reconhecimento de que o sensorial também é fonte de conhecimento?
– …
Abrimos o espaço a outras interrogações dos leitores deste blogue.